20 de fevereiro de 2022

Será que um dia aprenderei a me respeitar?

Esses dias, chorei sozinho sentado no jardim que tenho a sorte de ter atrás da minha casa. Chorei pelos dias que descartei sem doar todo o meu amor a mim. Deveria ter tido mais iniciativa ao nascer do meu sorriso, deveria ter procurado acalmar mais o meu coração, em vez de enxugar as lágrimas de pessoas que hoje se escondem de mim.

Aos amores que vivi, me doei demais. Fui entregue e presente quando me pediram para estender as mãos. Não que eu me arrependa de ter oferecido tudo de mim a quem estava a meu redor, mas, ao fim, a intensidade é sempre uma balança injusta com o meu bem-estar. Sempre que me surpreendo negativamente com as pessoas, me questiono por qual motivo não me sacrifico mais por mim, não acordo disposto a cuidar dos meus propósitos e sonhos. Os outros me parecem tão voláteis... e eu me sinto tão descartável...

Aprender a me respeitar é um lindo e silencioso conselho que me dou sempre que desperto pela manhã, embora eu ainda não o siga completamente. Necessito me ouvir e repousar o meu coração na serenidade, pois essa coisa de ser todo coração, hoje, está me tirando a paz.

13 de fevereiro de 2022

E se você vier me ver hoje à noitinha?

E se você vier me ver hoje à noitinha? Assim, sem muita conversa, sem muita expectativa sobre os dias que ainda vão chegar. Só venha ser hóspede no meu coração – acredite, faz sol aqui dentro. Mas venha sorrindo, pois um sorriso não custa nada. E o amor hoje se faz raro.

Pode vir de roupa, eu tiro. Pode vir pulando, te seguro. Pode vir sonhando, te faço coragem. Pode vir sorrindo, me encorajo a rir contigo. Pode vir pra ser toda minha, não vou te ajuizar. Pode vir de coração aberto, faremos dele primavera. Hoje te quero minha, mas, por favor, não vá embora pela manhã, fica aqui comigo. De rosto e coração colados. Acorda e toma café comigo? Me beija como se ainda fosse noite? Me deixa desamarrar o teu roupão...

Fecha os teus olhos, me conta os teus desejos, quero realizar todos. Cola o teu rosto frio ao meu. Desliza em mim, me pega, me encara, faz barulho, mostra que o teu corpo ainda sabe deixar nossas aventuras muito mais loucas.

E se, de volta à cama, eu te prendesse entre os meus braços?

Me prende nas tuas pernas. Não me deixa sair. Segura o meu ombro, me joga na cama, sobe em mim e esquece o peso do mundo. Me deixa te conduzir, me deixa segurar o teu pescoço e mostrar que nele cabem mil beijos. Me deixa morder a tua orelha e dizer palavras de arrepio pertinho do teu ouvido. Se entrega, depois eu te devolvo...

E se, ainda na cama, eu te roubasse pra mim?

Deita comigo, me deixa brincar com a tua boca; ouvir o eco dos teus passos indo à cozinha; ver o teu riso de alívio; sentir a tua mão na minha. Me acaricia as costas, some comigo no fim de semana, deixa a nossa boca rimar, me suja de amor, canta comigo no chuveiro, me deixa cheiro de café no beijo de bom-dia.

Ah, esse momento é nosso, tão nosso que nele vamos ser o que quisermos. Vamos fazer o que nos torna euforia. Esse é um filme estrelado e dirigido por nós. Vamos nos amar e nos acabar no mesmo tom.

Mas, por favor, antes de ir, cola o teu peito contra o meu, me deixa com sensação de pôr do sol e sorri. Para mim. Para o mundo. Me deixa dividir um pedaço dos meus medos, das minhas dúvidas, pois estou gostando de você, e só de falar isso já me lembro da delícia que é ser vizinho do melhor sentimento do mundo.

Te espero aqui hoje à noitinha.

6 de fevereiro de 2022

Estou planejando sumir, vamos?

Às vezes, fico pensando: O que estou esperando para sumir, para juntar meus pedaços de coragem e deixar de ser somente uma paisagem bonita de se ver? Não estou me referindo à coragem que vem de supetão pela madrugada, e sim àquela que inspira, cria mundos e nos provoca antes de dormir. Para ousar voar pelos céus que se deseja, é necessário dormir com coragem e acordar com ousadia. Se não for assim, é uma injustiça com nossos sonhos.

Dia desses percebi que eu precisava de um pouco mais do mundo nas minhas emoções, nas minhas vivências. Para alguns, talvez isso seja coisa de gente insana, perdida no mundo. Para mim, é coisa de gente que se preenche com experiências, sorrisos e picolés de limão.

Sinceramente, cansei de trabalhar na rotina desse amanhã com gosto de café e mais do mesmo. Cansei de ouvir tantas regras de pessoas que não me acolhem da forma que eu desejo. A verdade é que percebi que não há como ganhar o mundo sem, de fato, perder o meu precioso mundinho.

E o que seria ganhar o mundo? Não é só ganhar dinheiro ou ir a festas que todo ano mudam de nome, mas sentir também admiração pelas minhas atitudes, pelos meus amores – sejam eles livros, países ou pessoas. É olhar no espelho e, sem receio, ter certeza de que me enfrentei. Ganhar o mundo é ganhar corações, experiências, histórias, e também perder muita coisa para, um dia, quem sabe, valorizá-las.

Viajar pelo mundo, fazer uma faculdade longe de casa, enfrentar uma cultura que não gosta de brigadeiro nem de abraços não é um sonho de final de semana ou um dinheiro que está sobrando na conta corrente e, por sorte e tempo disponível, nos faz decidir sair do país. Como uma linda mulher de cabelos curtos, é um estado de espírito, em que a gente coloca o coração cheio de amor na mochila e sai por aí ignorando o que os outros falam. Até porque o que os outros falam é só o que os outros falam – e os outros sempre falam muito.

Chega uma idade que, mesmo amando trabalho e família, a gente se questiona quem é, o que construiu e para onde vai – perguntas básicas, mas bem complicadas. Qual é meu hobby? No que realmente sou bom? Qual é meu papel no mundo? Será que esse amor que tanto espero um dia virá? O que quero daqui para a frente?

Questionar-se sem tomar uma atitude para encontrar as respostas é acreditar em algo fácil demais, infantil demais, para ser chamado de coragem. E coragem, convenhamos, é coisa de gente grande.

Estou querendo sumir, essa é a verdade, o que não significa me esconder do mundo ou das pessoas que me rodeiam. Não quero fugir dos problemas, das obrigações ou dos amores que me magoaram e por ali ficaram, mas sim me encontrar em um mundo que ainda não vivi, para tentar descobrir por que preciso de tantos pré-requisitos para ser feliz.

Se eu tenho medo? Todo santo dia. Se eu acho que deveria ficar quieto por aqui mesmo, sem me questionar tanto, pois largar a segurança é algo dolorido e amargo demais? Duas vezes, todo santo dia. Mas, todo santo dia, quando acordo, também me pergunto se a vida é só isso mesmo. Felizmente, acho que não.

Não sei bem, mas seja o que for, não pode ser somente essa busca incessante por um bom trabalho e uma casa com abajures coloridos. Mesmo que, no auge da minha maturidade, eu adore abajures coloridos.

30 de janeiro de 2022

Conversando com meus problemas

Parece que os acontecimentos tristes e inexplicáveis da vida costumam vir em cascata, um atrás do outro, repetidamente, sem nos dar nenhum instante de respiro. E, como solução, sinto como se devêssemos ficar em inércia, esperando a forte e ininterrupta queda-d’água terminar de despejar em nossa cabeça toda a sua fúria, para depois analisarmos os estragos e, só então, repará-los.

Muitas vezes, deitado no silêncio do meu quarto, com as luzes apagadas, peço, de pés cobertos, que o sono leve para longe esses acontecimentos tristes e inexplicáveis. Mas, infelizmente, existem adversidades que o sono não consegue dissolver. Acordar sob o peso de um dia desesperançoso é desalentador. Buscar ânimo pela manhã para continuar o hoje sem avistar indícios de boas notícias é sufocante.

Ficar questionando por que a vida está desandando em aspectos que fogem do nosso controle é como dar murro em ponta de faca. As coisas simplesmente acontecem, e, por mais que aparentem ser difíceis de resolver, só nos resta continuar acreditando que a vida saberá distribuir sabiamente também os momentos de alegria. E, honestamente, espero que ela saiba…

23 de janeiro de 2022

A gente não combina, mas fica aqui…

Baixinha e com um sorriso que me faz girar feito roda-gigante, nesses últimos dias ela brincou, com toda a leveza do mundo, com meus melhores sentimentos. Fez esse coração, que sempre foi dotado de pouca ansiedade, dançar em ritmo de carnaval. Só espero que não acabe na próxima quarta-feira de carnaval; os beijos dela são coloridos demais para terminarmos em tons de cinza.

Com um coração aventureiro de São Paulo e um sorriso-água-doce de Santa Catarina, ela gosta da natureza como gosta de dançar em plena rua. Sorri quando fica com vergonha dos meus elogios, beija quando as palavras se repetem, se aninha em meu peito quando o tempo custa a passar. Em resumo, ela é refrão... enquanto eu sou só as notas finais de uma música qualquer.

Enquanto adiciono mais sal na comida sem necessidade, ela corre entre as gôndolas do mercado em busca de manteiga clarificada. Enquanto ela renova as energias na natureza, eu pergunto se há sinal de telefone aonde vamos. Enquanto ela passa o dia na praia amorenando, eu custo a entrar no mar e sujar os pés de areia. Enquanto falo por dois, ela escuta com paciência meus devaneios. Enquanto ela tempera o broto de alfafa na esperança de melhorar um gosto que, a meu ver, é inexistente, eu me perco nos sabores das pizzas mais fantásticas que existem.

De fato, a gente não combina. Ela é muito Califórnia, eu sou muito Nova York. Mas, mesmo não combinando, continuo a despir cada silêncio dela com os meus melhores beijos. A verdade é que estou apaixonado, mas é melhor eu falar baixinho. Vai que ela escuta... e do jeito que é convencida, será um caso sério de poesia.

16 de janeiro de 2022

E quando um amor acaba?

Quando alguém deixa de nos amar, por mais antagônico que seja, recebemos um presente aparentemente cheio de espinhos, mas que guarda consigo uma lição valiosa. Sem saber como ajudar a nós mesmos, este presente faz o papel de guia ao nos mostrar um outro lado da história. O lado de um amor que por descuido nunca mais alimentamos. 

Quando um amor vai rumo ao desconhecido, precisamos abraçar outras formas de amor que existem. Permanecemos tristes pelo luto, choramos em tom de incompreensão, mas, pouco a pouco, vasculhamos dentro de nós maneiras de nos reerguer. Onde está o amor que nutríamos por nós? Será que também foi para o desconhecido? 

Muitas pessoas não sabem o poder que têm dentro de si, por isso aguardam que algo as salve. Inquietos, elas buscam insistentemente respostas nas mesmas perguntas e ficam feito carrossel, girando em torno de si, esperando o retornar fantasioso do outro. Porém, quantas vezes iremos perguntar as mesmas coisas esperando respostas diferentes?

Ninguém, além de você, irá te salvar do desamparo que a despedida traz. O ato de se enxergar é um presente que brotam das dores. Por isso, quando o amor for sinônimo de desproteção, não enxergue o outro como algoz, mas, sim, você como aprendiz. Pois, quando vemos com novos olhos sentimos que todo fim pode ser uma maneira valiosa de reaprendermos a nos amar.

Eu sei, demoramos para entender, mas não podemos deixar que situações inacabadas destruam o que ainda podemos construir. Seja generoso com as tuas dores, mas não as deixe infestar a esperança que você tem na vida. Pois, por maior que seja a tristeza do adeus, não podemos deixar que a dor da despedida seja maior que a dor de não ter mais consigo o clarão do amor próprio. 

Aceite o seu presente.

19 de dezembro de 2021

Se afaste de quem você sabe que precisa

Quieto e navegando entre os meus momentos de sensibilidade, vou desviando das amizades que atualmente poluem o meu coração. Sinto que, quanto mais me entrego às minhas petições internas, mais conectado comigo mesmo me sinto, mais me afasto dos opostos, das opiniões que agridem as minhas. Seria triste, se não fosse a mais pura verdade. Estou à procura de amizades que me acrescentem e me tragam paz; amizades ciumentas e tóxicas hoje são um distante passado.

Amadurecer muitas vezes dói. É trocar de pele enquanto ainda é inverno. É não se identificar mais com as suas atitudes do passado, muito menos com os pensamentos pessimistas das pessoas que dizem te amar mas que não agem como se amassem. E será que realmente amam? Será que teriam atitudes de doação no momento em que você precisasse? Amar somente com palavras me soa tão fácil...

A idade só me traz boas novidades; amores calmos, uma casa com um jardim cheio de plantas, uma ou duas viagens por ano e uma distância segura daquilo que afeta o meu bem-estar. Estou aprendendo a me respeitar, e essa é a melhor parte de amadurecer. É uma pena somente que o processo de amadurecer seja algo tão solitário...

5 de dezembro de 2021

Cansei de ser “coração”

Cansei de ser “coração”! – recebi esta mensagem esses dias. Como alguém fiel ao coração, fiquei pensativo, pois, gostaria de entender como essa pessoa conseguiria ser verdadeira consigo, sem querer avistar o feixe de luz do coração.

Conversamos mais um pouco e minutos depois ficou visível como ela colocou a culpa dos seus próprios sofrimentos e das expectativas das emoções vividas nas escolhas feitas pelo o coração. Porém, o coração não escolhe por nós. Muito menos nos leva diretamente ao sofrimento, mas a verdade que habita em nós. 

O coração não é um vilão que quer te ludibriar para o caminho dos sofrimentos mundanos. Ele é a nossa chama interna, o movimento que mostra o que somos e o que sentimos. E vai de nós, seres conscientes, decidir o que faremos com as suas inclinações. Não é sobre o feixe de luz que o coração coloca sobre o que é verdadeiro em nós, mas sobre as expectativas, carências e os medos que projetamos no caminho em que o coração iluminou.

Ser “coração” não é se abrir em flor e esperar que o mundo lhe corresponda igualmente, mas sobre aceitar o queimar forte no peito em busca dos seus sonhos. Ser “coração” não é sobre se entregar às emoções e sofrer quando a despedida bater à porta, mas, sim, sobre aceitar a sua verdade e, sem julgamentos, abraçar a humanidade que existe em você.

Se aprendermos a ouvir o canto do coração, os nossos medos seriam mais acolhidos por nós mesmos. Porém, não confunda o canto do coração com o sussurrar da carência ou o cochichar das expectativas. Se você quer viver com alma, entrega e conduzir a vida em alinhamento com o que te faz brilhar, você terá que ser melhor amigo do seu coração. 

Eu sei que muitas vezes o coração nos mostra as nossas forças e fraquezas no mesmo abraço de despedida. E precisamos aprender lidar. Fugir do coração é fugir de você mesmo; da sua essência, do que te faz brilhar enquanto vida. Alguns fins nos abraçam e nos fazem mergulhar agarrados em emoções antigas, mas isso não significa que querem nos matar, mas sim nos batizar para uma nova oportunidade de ser feliz e verdadeiro consigo.

Então, esteja próximo do seu coração, pois como saberíamos qual seria a nossa verdade – o que somos, o que nos motiva a sorrir, a seguir, a continuar esperançosos, a fazer o que amamos – sem ouvir o nosso coração?

22 de novembro de 2021

Vontade de se apaixonar sem ponto-final

Hoje acordei com pouco sono e muita vontade de me apaixonar. Coisa rara, admito. Sabe aquela paixão que paira no coração e sobressai no sorriso? Que deixa de ser um olhar discreto e se torna um espirro em público? Estranho dizer, mas me apaixonar calado já não me parece tão gostoso. Diferentemente dos dias em que me declaro coração fechado, hoje quero gritar pelas ruas como quem dança os amores que viveu, passar vergonha nas paixões. Essa é a graça de estar apaixonado; evidenciar o que se sente.

Diferentemente de outros dias – e alheio aos comentários retóricos sobre como pessoas solteiras são felizes com a própria companhia –, hoje não almejo me apaixonar pela vida, pela natureza ou pelo pôr do sol. Quero me apaixonar por uma pessoa de beijos cheios de arrepios, defeitos encantadores e loucuras parecidas com as minhas. Quero me perder nos fios de cabelo e no cheiro de café pela manhã. Espero que ela goste de ovos pochê, e de beijos na nuca, perto da pia. E de viagens surpresa; vamos para a Turquia amanhã?

Enquanto alguns ainda hasteiam seu desapego, eu me disponho a viver o que o meu coração pede todo dia. Paixão louca; aquela sensação de sentir-se tão feliz que o medo lhe diz que tudo isso pode não ser real. Essa é a delícia de se apaixonar, correr o risco de se perder em meio a um sentimento que se faz recíproco. Deixemos o desapego para quem ainda acha que coração fechado faz verão.

A verdade é que há um momento na vida em que ficamos cansados de ter que descobrir as pessoas, perguntar o que fazem, do que gostam, quais são seus sonhos e sentimentos. Queremos que alguém nos desvende e, como num passe de mágica, nos faça esquecer as rotinas e os desamores. Sem nos prender em uma atração óbvia, mas no aconchego de alguém que nos faz não pensar no amanhã (ou faz).

Da falta de frio na barriga vem a fome de ser feliz. Deixemos a eternidade de um amor calmo para outro dia, hoje quero ser todo euforia. Me surpreenda, pois esse coração grita por emoções loucas, todas sem explicação.

14 de novembro de 2021

Como faço para esquecer quem já me esqueceu

A rodopiar em busca de conforto, lembro dos beijos que não serão mais presentes. Nas tardes que passo junto a um céu nublado, lembro como seria gostoso estar ao lado de quem tanto amo. Ao deitar, fico na cama feito areia movediça, me perdendo em imagens que sou incapaz de questionar a chegada; na possibilidade de um futuro, burramente ainda creio na ilusão de ser feliz com você

Em busca de desculpas para não te esquecer, me castigo acreditando em um amor que claramente se faz unilateral. E, no momento em que sinto saudade, estufo o peito, bato na sua porta e, com um sorriso no rosto, me abro em flor para dizer o que ainda sinto por você, e quando me pergunta o porquê do meu ressurgir, nunca sei o que responder. Infelizmente, achei que dessa vez seria diferente, mesmo não tendo motivos nem novidades; ainda estou com toda a saudade do mundo.

Sem receber o carinho que meu ouvido gostaria, deixo o silêncio vir e responder por mim. Sabendo que, algumas vezes, soletrei para você tudo o que eu sentia, hoje me prescrevo a esquecer você em doses homeopáticas. Não quero mais te procurar, mesmo quando eu achar que a retórica possa ser convincente. Preciso me convencer que sou compositor do meu destino, ainda que essa seja só mais uma mentira de quem não sabe onde colocar todo o amor que sente.

Deixando alguns rastros de incompreensão, me sinto triste e, junto a um aperto sem fim no coração, vou, aos poucos, saindo de cena, dizendo adeus, mesmo sem nem abrir a boca. E mesmo querendo encher seu coração de palavras bonitas, não há inflação verbal que retome o amor que já existiu. O silêncio é a diálogo que o fim precisa para acontecer.

Hoje, sei que a melancolia de tentar esquecer quem se ama torna qualquer noite de tristeza eterna. Então, por favor, voa tempo, me hospeda em um momento de alegriae mesmo sendo contra às vontades do coração, me deixa esquecer quem já deixou claro que me esqueceu.

Está com dificuldade de seguir em frente depois de uma relação que havia muito sentimento?

Quer dar a volta por cima e resgatar o seu bem-estar emocional?

Fred Elboni 2022 — Todos os direitos reservados

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