Parece que os acontecimentos tristes e inexplicáveis da vida costumam vir em cascata, um atrás do outro, repetidamente, sem nos dar nenhum instante de respiro. E, como solução, sinto como se devêssemos ficar em inércia, esperando a forte e ininterrupta queda-d’água terminar de despejar em nossa cabeça toda a sua fúria, para depois analisarmos os estragos e, só então, repará-los.

Muitas vezes, deitado no silêncio do meu quarto, com as luzes apagadas, peço, de pés cobertos, que o sono leve para longe esses acontecimentos tristes e inexplicáveis. Mas, infelizmente, existem adversidades que o sono não consegue dissolver. Acordar sob o peso de um dia desesperançoso é desalentador. Buscar ânimo pela manhã para continuar o hoje sem avistar indícios de boas notícias é sufocante.

Ficar questionando por que a vida está desandando em aspectos que fogem do nosso controle é como dar murro em ponta de faca. As coisas simplesmente acontecem, e, por mais que aparentem ser difíceis de resolver, só nos resta continuar acreditando que a vida saberá distribuir sabiamente também os momentos de alegria. E, honestamente, espero que ela saiba…