Quando alguém deixa de nos amar, por mais antagônico que seja, recebemos um presente aparentemente cheio de espinhos, mas que guarda consigo uma lição valiosa. Sem saber como ajudar a nós mesmos, este presente faz o papel de guia ao nos mostrar um outro lado da história. O lado de um amor que por descuido nunca mais alimentamos.
Quando um amor vai rumo ao desconhecido, precisamos abraçar outras formas de amor que existem. Permanecemos tristes pelo luto, choramos em tom de incompreensão, mas, pouco a pouco, vasculhamos dentro de nós maneiras de nos reerguer. Onde está o amor que nutríamos por nós? Será que também foi para o desconhecido?
Muitas pessoas não sabem o poder que têm dentro de si, por isso aguardam que algo as salve. Inquietos, elas buscam insistentemente respostas nas mesmas perguntas e ficam feito carrossel, girando em torno de si, esperando o retornar fantasioso do outro. Porém, quantas vezes iremos perguntar as mesmas coisas esperando respostas diferentes?
Ninguém, além de você, irá te salvar do desamparo que a despedida traz. O ato de se enxergar é um presente que brotam das dores. Por isso, quando o amor for sinônimo de desproteção, não enxergue o outro como algoz, mas, sim, você como aprendiz. Pois, quando vemos com novos olhos sentimos que todo fim pode ser uma maneira valiosa de reaprendermos a nos amar.
Eu sei, demoramos para entender, mas não podemos deixar que situações inacabadas destruam o que ainda podemos construir. Seja generoso com as tuas dores, mas não as deixe infestar a esperança que você tem na vida. Pois, por maior que seja a tristeza do adeus, não podemos deixar que a dor da despedida seja maior que a dor de não ter mais consigo o clarão do amor próprio.
Aceite o seu presente.