Cansei de ser “coração”! – recebi esta mensagem esses dias. Como alguém fiel ao coração, fiquei pensativo, pois, gostaria de entender como essa pessoa conseguiria ser verdadeira consigo, sem querer avistar o feixe de luz do coração.

Conversamos mais um pouco e minutos depois ficou visível como ela colocou a culpa dos seus próprios sofrimentos e das expectativas das emoções vividas nas escolhas feitas pelo o coração. Porém, o coração não escolhe por nós. Muito menos nos leva diretamente ao sofrimento, mas a verdade que habita em nós. 

O coração não é um vilão que quer te ludibriar para o caminho dos sofrimentos mundanos. Ele é a nossa chama interna, o movimento que mostra o que somos e o que sentimos. E vai de nós, seres conscientes, decidir o que faremos com as suas inclinações. Não é sobre o feixe de luz que o coração coloca sobre o que é verdadeiro em nós, mas sobre as expectativas, carências e os medos que projetamos no caminho em que o coração iluminou.

Ser “coração” não é se abrir em flor e esperar que o mundo lhe corresponda igualmente, mas sobre aceitar o queimar forte no peito em busca dos seus sonhos. Ser “coração” não é sobre se entregar às emoções e sofrer quando a despedida bater à porta, mas, sim, sobre aceitar a sua verdade e, sem julgamentos, abraçar a humanidade que existe em você.

Se aprendermos a ouvir o canto do coração, os nossos medos seriam mais acolhidos por nós mesmos. Porém, não confunda o canto do coração com o sussurrar da carência ou o cochichar das expectativas. Se você quer viver com alma, entrega e conduzir a vida em alinhamento com o que te faz brilhar, você terá que ser melhor amigo do seu coração. 

Eu sei que muitas vezes o coração nos mostra as nossas forças e fraquezas no mesmo abraço de despedida. E precisamos aprender lidar. Fugir do coração é fugir de você mesmo; da sua essência, do que te faz brilhar enquanto vida. Alguns fins nos abraçam e nos fazem mergulhar agarrados em emoções antigas, mas isso não significa que querem nos matar, mas sim nos batizar para uma nova oportunidade de ser feliz e verdadeiro consigo.

Então, esteja próximo do seu coração, pois como saberíamos qual seria a nossa verdade – o que somos, o que nos motiva a sorrir, a seguir, a continuar esperançosos, a fazer o que amamos – sem ouvir o nosso coração?