Volta e meia comento por aí sobre a beleza e a plenitude de viver um amor leve. Sobre como é gostoso amar alguém, sentir que o sentimento é recíproco, e ainda conviver com a paz nos nossos corações. Honestamente, nunca fui o tipo de pessoa que buscou um amor. Sempre busquei a paz. E a paz veio em forma de amor, o que é uma maravilha. Se não tivesse vindo, tentaria me satisfazer vivendo-a somente na harmonia dos meus confusos pensamentos, que você, melhor do que ninguém, sabe como são intempestivos.
Viver um amor leve é amar sem cobrar o tempo todo e sem ter como prioridade somente cumprir as expectativas do outro. É não usar mágoas passadas como munição de ataque. Um amor leve é como um tranquilo e rotineiro passeio no parque, o que não significa, claro, que seja preciso estar nesse lugar a toda hora, correndo entre as árvores floridas e as aves coloridas, rindo da vida constantemente, e sim que as conversas e discussões acontecem com respeito e calma, como se lá você estivesse.
Amar não é necessariamente uma mescla de utopia e intensidade, mas de paciência e realidade. Viver um amor leve requer tolerância, maturidade e uma sensação de que não temos mais tempo a perder com coisas pequenas e sem sentido. A gente deixa o vento levar as discussões frívolas para longe e não se prende tanto a coisas que, no fundo, não trarão nada de bom, apenas a tristeza de um ou do outro. Há muita conversa, compreensão para ceder e entendimento de que cada um demonstra seus sentimentos de uma forma diferente e particular, seja ela qual for. Para amar leve é necessário empatia não somente pela pessoa para quem estamos doando nosso coração, mas pelo mundo, pois assim aprendemos como as pessoas são e aceitamos seus defeitos e histórias com mais facilidade.
As relações maduras, por isso leves, simplificam as coisas. Nos relacionamentos imaturos, tudo é motivo para complicar pequenas situações. Discussões sempre existirão – e devem existir! –, mas não como um empecilho para ficar dois dias sem conversar. A gente discute para resolver os problemas com mais facilidade, já que não há espaço para disputa, ego, atitudes impulsivas e egoístas. Afinal, é uma relação para amar.
Amamos com tranquilidade, como se a eternidade desse só mais uma volta no quarteirão, e rimos juntos pela alegria de termos nos encontrado. Os abraços são dados com facilidade, os beijos podem ser repetidos com a certeza de que não há mais ninguém na fila, e a vontade de ficar junto é algo que já acorda conosco.
Na verdade, nesse amor, a gente quer ter menos razão e ser mais feliz. Só isso.
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