4 de abril de 2021

Deixar de amar pelo medo de sofrer é pobre demais

Um dia te disseram que você devia desapegar. Que devia se afastar dos sentimentos, dos amores e das pessoas que pudessem invadir sua privacidade emocional. Como se o desapego fosse um antídoto contra o sofrimento, como se isso transportasse as pessoas com más intenções para um universo distante e paralelo. Como se desapegar fosse a solução definitiva para os problemas de quem fez escolhas imperfeitas no amor. Mas como você vai amar com maturidade se fugir toda vez que o amor der as caras? Do que você quer tanto se proteger?

O pior é que vejo pessoas se colocando em um pedestal por não se apegarem, como se isso fosse um objetivo a ser alcançado, um superpoder. Triste. Como sempre digo, amar sem se colocar em uma situação de vulnerabilidade é impossível. E deixar de amar pelo eterno medo de sofrer é uma conduta pobre demais.

Você tem que se desapegar das coisas que te fazem mal, mas não das emoções. Buscar autoestima, se proteger de situações que sugam seu amor-próprio, se resguardar depois de uma relação turbulenta, por exemplo, são atitudes inteligentes, diferentemente de cultivar o desapego e a falta de responsabilidade. A gente precisa aprender a se apegar, sim, só que precisa aprender a selecionar as pessoas em quem vamos depositar nossas esperanças.

Nunca deixe que te digam que desapegar é uma maneira de não sofrer. Na verdade, o desapego só posterga os aprendizados que amar outra pessoa traz. E é bom que você saiba desde já que os sofrimentos são inevitáveis; é preciso aprender a lidar com eles. Para receber um amor, além de estarmos abertos a amar, precisamos estar preparados para a hora do adeus. Achar que você pode driblar a dor de sofrer por amor é uma ilusão. Por isso, ouça mais o seu interior do que a opinião de pessoas que pouco sabem sobre amar.

21 de janeiro de 2021

Conversando com o meu coração sobre o medo de amar

Sou amor medroso ou solidão consciente? Pouco me arrisco, mas ainda continuo riscando nomes. Lembro-me da saudade de amar, converso com o meu coração e me pergunto, em silêncio, como será daqui pra frente. Digo a ele, com esperança, que espero um dia conseguir me abrir e tirar de dentro o fantasma vestido de orgulho que me habita. Sei que a maturidade nos dá o caminho, mas os receios e os traumas nos deixam mudos diante de um novo amor.

Espero um dia voltar a ser calmaria e afeto. Espero também que o mundo possa me compreender quando meu sorriso for pequeno. Espero que a dor não seja mais ressaca das minhas emoções. Espero que os meus ombros se tornem leves quando deitar for necessidade. Espero até demais... Não queria esperar tanto. Muitas expectativas transformam “amar” em um verbo inconjugável. Que o amor venha e transforme a dor em brisa de outono nesse coração que, mesmo não admitindo, tanto anseia pelo verão. Mas que venha de mansinho, de surpresa. E, diferentemente das comédias românticas, nos surpreenda no final. Nos faça calar a boca e, por mais antagônico que seja, gritar aos quatro ventos como o desamor é burrice.

Está com dificuldade de seguir em frente depois de uma relação que havia muito sentimento?

Quer dar a volta por cima e resgatar o seu bem-estar emocional?

Fred Elboni 2022 — Todos os direitos reservados