Sou amor medroso ou solidão consciente? Pouco me arrisco, mas ainda continuo riscando nomes. Lembro-me da saudade de amar, converso com o meu coração e me pergunto, em silêncio, como será daqui pra frente. Digo a ele, com esperança, que espero um dia conseguir me abrir e tirar de dentro o fantasma vestido de orgulho que me habita. Sei que a maturidade nos dá o caminho, mas os receios e os traumas nos deixam mudos diante de um novo amor.

Espero um dia voltar a ser calmaria e afeto. Espero também que o mundo possa me compreender quando meu sorriso for pequeno. Espero que a dor não seja mais ressaca das minhas emoções. Espero que os meus ombros se tornem leves quando deitar for necessidade. Espero até demais... Não queria esperar tanto. Muitas expectativas transformam “amar” em um verbo inconjugável. Que o amor venha e transforme a dor em brisa de outono nesse coração que, mesmo não admitindo, tanto anseia pelo verão. Mas que venha de mansinho, de surpresa. E, diferentemente das comédias românticas, nos surpreenda no final. Nos faça calar a boca e, por mais antagônico que seja, gritar aos quatro ventos como o desamor é burrice.