31 de janeiro de 2021

Amo por necessidade de ser intenso

Eu sou daquelas pessoas que amam com intensidade. Na verdade, sou daquelas pessoas que falam, torcem, riem, pulam, choram e, algumas vezes, bebem cerveja, ou, em casos mais extremos, doses de gin, com toda a intensidade do mundo. A sensação permanente de que o mundo poderia acabar amanhã nasceu comigo, faz parte de mim, e, honestamente, espero nunca ter que contar quantas vezes já ouvi a frase: “Calma, o mundo não vai acabar amanhã”. Eu tento controlar essa sensação, mas muitas vezes é ela quem me possui, ela é cheia de vontades próprias. Nunca consegui viver com moderação, talvez por isso fale tanto que a vida é uma eterna busca pelo meio-termo, para ver se aprendo.

Se há uma área da vida em que transbordo intensidade, é, sem dúvida, no amor. O pior é que eu sou fascinado por essa sensação de pré-morte que sinto ao amar. E, pasmem, nunca morri! Na verdade, eu não amo ou gosto de alguém apenas, eu mergulho nas profundezas do amor, me perco nas alturas e – preciso admitir – já até desenhei corações no vidro embaçado do carro.

Quando por alguma eventualidade o amor acaba, sofro, canto músicas tristes a plenos pulmões, sento no chuveiro e deixo os pingos d’água desenharem a saudade no meu corpo e fico pensando onde foi que nos perdemos. Carrego comigo todo o drama do mundo e, felizmente, sei sofrer com muita autenticidade.

Lembro-me muito bem do meu primeiro amor, principalmente da intensidade que depositei naquela relação. Era a primeira pessoa pela qual eu havia sentido algo diferente, singular, único. Éramos dois jovens vivendo uma entrega desmedida, uma experiência, para ambos, de primeira viagem. E o primeiro amor é sempre um cristalino tubo de ensaio. Protegidos atrás da nossa ingenuidade, rimos de muitas bobagens, nos beijamos em lugares que os adultos diziam ser proibido, nos descobrimos como homem e mulher, sexual e emocionalmente falando, e nos amamos de forma genuína. Por outro lado, por causa da nossa inocência, cometemos alguns desacertos com nós mesmos, mas somente anos depois percebemos que não erramos por falta de amor, mas sim por não termos amado antes. E eu nunca abriria mão dessa experiência, mesmo sabendo quanto eu sofreria depois.

Às vezes, o amor surge como uma possibilidade em mil, e eu nunca o deixaria passar, por mais breve ou incompreensível que ele pareça ser. Não importa quanto ele dure – um mês, um ano ou a eternidade –, eu nunca ousaria perder o frio na barriga pelo receio do possível apertar do coração. O tempo galga, e eu ainda não sei o que fazer com toda essa intensidade que carrego comigo. Sei que ela pode me matar ou me fazer sofrer profundamente, mas nunca, nunca me fará desacreditar no amor.

25 de janeiro de 2021

Como escrever pode transformar sua vida

Não nasci escritor. Comecei a escrever dez anos atrás, como uma maneira de aliviar os sentimentos que tomavam conta de mim. Recentemente, me dei conta de como escrever mudou a minha vida. Não apenas me deu uma carreira, um propósito e uma fonte de renda, como me colocou em contato profundo comigo mesmo, e isso foi essencial para o meu crescimento. 

Pesquisando sobre os benefícios da escrita, descobri o quanto escrever pode nos transformar, mesmo que o objetivo não seja tornar-se escritor. Veja abaixo 5 benefícios da escrita capazes de transformar sua carreira.

1. Ajuda a pensar

Escrever organiza nossos pensamentos. Quando criamos um texto, juntamos ideias, criando conexões e argumentos. Usamos nosso pensamento lógico, somos instigados a preencher lacunas pesquisando e buscando dados, o que engaja ainda mais o nosso cérebro. 

2. Desperta a criatividade

O ato de escrever ativa muitas regiões do nosso cérebro. Essa atividade é o que cria novas conexões. E o que é a criativdade senão novas formas de conectar a mesma informação? Na escrita – especialmente uma escrita mais solta, menos técnica – somos convidados a fazer perguntas, buscar imagens, resgatar conceitos e soluções de todo nosso repertório de vida. Dessa exploração “sem fins lucrativos” podem surgir ideias e soluções muito valiosas.

3. Fortalece seus argumentos

Quando nos preparamos para uma conversa difícil ou uma negociação, escrever nossos argumentos antes nos ajuda a entrar na cabeça do outro, nosso interlocutor. Escrevendo e depois lendo nossos pontos, podemos nos aproximar do que o outro vai pensar, argumentar, retrucar. Assim, podemos revisar e fortalecer nossos argumentos. Escrever traz o distanciamento necessário para melhorar.

4. Aumenta a inteligência emocional

Explorar nossas emoções e reações pelo meio seguro da escrita, passamos a conhecer intimamente nosso território emocional. Ficamos mais espertos com nossos gatilhos, nossas sombras, nossas tendências. Escrever também amplia nossa empatia, de forma que passamos a “ler” melhor o outro também. Assim, ficamos menos reféns das nossas emoções – e das emoções alheias.

5. Ilumina o nosso propósito

No livro Comece pelo porquê, Simon Sinek explica que o sucesso de muitas empresas se deve a um claro senso de propósito. Escrever – ou, especificamente, o autoconhecimento gerado pela escrita – é uma das formas mais poderosas de nos conectar com nossa essência, nossas motivações intrínsecas e, por consequência, nosso propósito.

Se você gostou deste artigo, te convido a conhecer meu curso online Escrita e Autoconhecimento: A arte de se encontrar através da palavra. O curso é para quem quer se autoconhecer, se comunicar de forma mais autêntica, desenvolver o hábito de escrever e aprender a lidar melhor com as suas emoções.

Está com dificuldade de seguir em frente depois de uma relação que havia muito sentimento?

Quer dar a volta por cima e resgatar o seu bem-estar emocional?

Fred Elboni 2022 — Todos os direitos reservados